Ah, ...como é facil falar de felicidade! É um bem-estar interior que se reflecte no que somos e no que fazemos. Não é uma procura, nem uma luta desenfreada. É um estado de alma que nos deixa ora calmos e mornos, ora exuberantes e estriónicos e, essa dicotomia é maravilhosa. Por vezes dificil de alcançar, outras vezes, mesmo ali à mão. Há objectos, pessoas, palavras, actos, acontecimentos, memórias, sons, odores, sabores, toques que nos deixam felizes e queremos prolongar essa felicidade indefenidamente! Mas por isso é que é se chama felicidade...pode durar..., mas em permanente mutação e o que foi tão maravilhoso ontem à tarde, ainda que em tudo igual ao momento presente, não será experienciado da mesma maneira, por isso a felicidade se veste de tantas roupagens e se serve de tantos enfeites, qual camaleão adaptando-se. Parte do seu encanto reside nisso mesmo, pois "não são os mais fortes que sobrevivem, mas sim os que melhor se adaptam"...e, esta maravilhosa frase de Charles Darwin também se aplica ao caminho da felicidade: descobrindo-a onde ela está, porque pode estar em quase tudo e não a querer onde nunca vai estar. E não obstante, não devemos er conformados porque e o sonho é visceral e obrigatório.
Tantos livros escritos sobre felicidade e tantas formas milagrosas de a encontrar tornaram-na exigente e determinada, como se fosse o fim último de qualquer coisa. Não me parece que seja dificil de encontrar, apenas alguma atenção e muita predisposição, pois como para todas as coisas especiais da vida é preciso não ter pressa, nem ansiedade, senão lá se estraga o momento de felicidade...
Se a leitura mais não é que uma forma servil de sonhar (Fernando Pessoa), então porque não sonhar os meus proprios sonhos?!... É por isso que escrevo sonhando e, sonho escrevendo!
sábado, 4 de junho de 2011
terça-feira, 10 de maio de 2011
Palavras soltas
Hoje poderia estar virada para a poesia se me apetecesse dizer coisas. Apetece-me escrever, mas dizer ainda não...sentir, talvez! Procuro páginas, revolvo escritos, reinvento histórias, descubro mensagens, choro, sorrio destas lembranças... algumas grandes, outras pequenas. Arrisco umas linhas... colhidas do meu jardim interior.
Outra vez mais, uma vontade de saborear momentos de felicidade, desejos de viver, amar, acreditar, sonhar. Isto sim, é vida a fluir sem barreiras, nem entraves...seguindo um curso simples: por vezes rápido, outras mais lento, algumas margens para orientação mesmo sem saber o que se pode esperar, almejando pelo tanto que ainda se não tem, mas se pressente quando o crer se torna em querer. E o carrocel continua o seu movimento de sobe e desce onde o equilibrio é fundamental para não cair. Mais uma voltinha, mais uma viagem e, por mais voltas que se dê sem sair do mesmo sítio permanece-se mutavel porque a vida é contínua, ambígua e até nos oferece boas surpresas, só é preciso estar atento...depois Abril é um mês lindo...embora já estejamos em Maio.
Outra vez mais, uma vontade de saborear momentos de felicidade, desejos de viver, amar, acreditar, sonhar. Isto sim, é vida a fluir sem barreiras, nem entraves...seguindo um curso simples: por vezes rápido, outras mais lento, algumas margens para orientação mesmo sem saber o que se pode esperar, almejando pelo tanto que ainda se não tem, mas se pressente quando o crer se torna em querer. E o carrocel continua o seu movimento de sobe e desce onde o equilibrio é fundamental para não cair. Mais uma voltinha, mais uma viagem e, por mais voltas que se dê sem sair do mesmo sítio permanece-se mutavel porque a vida é contínua, ambígua e até nos oferece boas surpresas, só é preciso estar atento...depois Abril é um mês lindo...embora já estejamos em Maio.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Liberdade
Não me apetece falar de revolução, cravos vermelhos ou capitães, mas Abril é um mesmo bonito e o dia 25 especial e diferente, por isso de um dos meus musos, sim porque nem só as musas inspiram o génio; também há musos a inspirarem a minha ausência de genialidade (ahahah...desconbri! são eles os culpados de tudo o que me falta ;-), em criatividade, claro. Bem, bem, sem mais delongas aqui fica um irónico hino à liberdade..., liberdade que cada um de nós pode usar da forma que melhor souber e quiser, e com a qual nem sempre é facil de lidar. Também se fosse, tudo "isto" não teria a mínima graça.
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
(16/03/1935)
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Neblina matinal
Jardim do Museu de Arte Antiga sábado de manhã. A neblina envolve a cidade dando-lhe um tom esbatido. A outras margem é quase uma miragem. Os chorões debruçam-se sobre a minha escrita como que entrelaçando-se nas palavras. Um friso bem alinhado de chaminés bem quietas prefila-se na paisagem. Uma estátua de costas para o rio, metade homem, metade peixe, perdeu a cabeça entre os braços que a seguram. Mais ao fundo um hotel flutuante toca o rendilhado do tabuleiro da ponte. Barcos à vela passeiam-se lentamente no Tejo e os guindastes fazem-nos perceber que afinal o progresso existe. Pássaros sentem-se no seu esvoaçar e o sol tímido a tentar romper as nuvens, fazem deste conjunto, ou não estivesse o museu logo ali, um quadro que se sente por inteiro. Ah, esqueci-me de que estou aqui para estudar! Opsss...mais um crédito para a obrigação; adiam-se os devaneios.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Inconsciente colectivo
Final de tarde de um quente dia de Primavera e lá vou eu Rua Garret abaixo para uma sessão de trabalho...Jung a quanto obrigas!..., mas a apresentação é já amanhã e, na verdade há muitos esboços, alguns escritos, conversa qb..., mas slides e assim...nada feito!!! Toco à campainha e a campainha é dourada... um luxo;-). Entro para a sala e deslumbro-me com a vista da janela: os recortes dos telhados, as torres da Sé e o Tejo ali tão perto. Fabuloso screensaver para um trabalho de psicologia da personalidade. E, as horas vão passando com self, grande mãe, sábio, anima, animus, máscara, herói e outros arquétipos que povoam o nosso inconsciente colectivo e, nos dão a resposta para as sensações de "déjà vu", explicam o amor à primeira vista e resolvem os dogmas numa dicotomia de explicações tão simples e complexas. Cala-se a rua e escutam-se os barulhos do ar condicionado, logo amenizados pela musiquinha da Marginal a fluir e a influir nas dissertações à volta do inexplicavel Carl Jung...muita droga naquela cabeça!!!
Terminámos de madrugada cansados, com sono, saltando de acordo em desacordo, mas com o prazer do objectivo conseguido. Não fora faltarem os bonecos (apenas consegui um retrato...bonito, é verdade) e o pragmatismo que nos uniu na escolha do psicólogo levou-nos a flutuar numa apresentação prática-cómica cheia de dinamismos e crepúsculos de vida. Faltou desenvolvimento(?!), mas foi um in...consciente que se realizou. Obrigada CR e vê se não é linda esta Mandala.quinta-feira, 7 de abril de 2011
Reticências
...adoro reticências!
Foi assim que começou uma divertida conserva num domingo de manhã na fantástica esplanada do Museu de Arte Antiga.
Efectivamente as reticências são uma ajuda maravilhosa em qualquer texto, perdão, reticências fazem toillete com tudo o que se diz, pensa ou escreve!
Permitem que a nossa imaginação tome conta do que vem a seguir:
...uma maravilhosa imagem de requintado efeito ictórico;
...um qualquer quadro grotesco;
...um gesto suspenso;
...um silêncio constrangedor;
...um pensamento inacabado;
...um desejo inibido;
....uma caneta sem tinta,
ou apenas a voz que emudeceu...
domingo, 9 de janeiro de 2011
New York, New York
Que banalidade, ter adorado NYC!!!..., mas que fazer, se eu sou apenas um simples mortal que conseguiu encontrar tudo aquilo de que todos falam e ainda algo só meu: intímo e intransmissivel.
Que existe magia naquela cidade, penso que todos já ouviram falar, mas ouvir a cantiga do Sinatra enquanto se caminha nas ruas, achar que se está a viver dentro de um filme e, acreditar mesmo que seria maravilhoso não ter necessidade de dormir para aproveitar todas as horas e minutos do dia, foi o que eu senti, vivi, escutei, admirei e sonhei. Foi maravilhoso TUDO!!!
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Beijos e luas
Percebes agora porque é que o seu brilho está mais intenso?!
É verdade que a lua exerce sobre mim um fascínio e mistério aconchegantes.
Já que é preciso e necessário acreditar em qualquer coisa, acredito na lua cheia, com grande convicção e muito pragmatismo.
Recordo beijos amados, sentidos, vividos, que aconteceram com a lua por testemunha e percebo como são mais autênticos, fantásticos e brilhantes.
Um cocktail infalivel para derreter qualquer coração, mesmo o dos que se não dizem românticos, requer lua e mar. Ou será apenas o meu que se derrete de recordações perfeitas?!
E como tudo o que acontece tem uma razão, talvez não tenha sido por acaso que pintei este quadro. O engraçado é que só agora relacionei tudo isto...! Fantástica e tortuosa mente humana.
Estou na lua!!!
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Sapatos mágicos
"All over the rainbow"...um homem de lata que quer um coração de verdade para poder sentir; um espantalho que deseja um cérebro para ter ideias; um leão que adoraria ser corajoso em vez de medroso e, uma menina que com seu fiel cão, apenas pretende regressar a casa!
Para a concretização dos seus problemas procuram um feiticeiro..., mas será ele o detentor de tanta magia que consegue dar vida ao sonho de cada um deles?
Quantas vezes também nós procuramos em alguém a solução para o que mais queremos, quando na realidade esquecemos que temos esse mágico, omnipotente e imenso poder de tornar real cada vontade, pensamento e sonho. Basta apenas acreditar e, claro...usar uns sapatos mágicos!!!
Quantas vezes também nós procuramos em alguém a solução para o que mais queremos, quando na realidade esquecemos que temos esse mágico, omnipotente e imenso poder de tornar real cada vontade, pensamento e sonho. Basta apenas acreditar e, claro...usar uns sapatos mágicos!!!
quarta-feira, 24 de março de 2010
Equívoco
Dizia a Madre Teresa que é a coisa mais facil de nos acontecer, mas será mesmo?... Tenho sérias dúvidas a esse respeito. Pois, se assim fosse não provocava tanto turbilhão e desalinho na mente e não nos fazia pensar e repensar como nos pudemos enganar uma e outra vez e, às vezes ainda outra. O equívoco tira-nos a perspectiva e faz com que deixemos de acreditar nos outros pelo mal-estar que nos causam. E, como deixar de nos equivocarmos?...não estando, não participando?...construindo um casulo de onde não saimos?...então não vivemos. Por isso é tão dificil viver sem nos equivocarmos..., mas e quando deixamos de acreditar em nós devido a tanto equívoco? Que dialéctica tão complicada!, ou estarei equivocada?!
domingo, 20 de setembro de 2009
Regata no Tejo

Partimos de Lisboa num autocarro, rumo a Cascais. Pequeno almoço na marina, constituição das equipas, mais umas instruções de segurança que ser marinheiro não é uma coisa para qualquer um!...ah, pois não é! (ehehehe). E eis-nos leves e soltos a bordo de um fantástico veleiro.
A competição era séria ;) e cada um torcia o mais que podia para que o vento lhe fosse favoravel, pois nenhum vento sopra a favor de um barco que não tem porto de abrigo. Cedo percebemos que não íamos chegar em primeiro, devido às características do nosso barco, conforme nos foi explicado pelo timoneiro, comandante e homem do leme. Iça vela, corre corda, ata nó...lindo!!!
Depois da pequenina azáfama da partida, deixei encostar e fui curtindo a paisagem, o sol e o mar embalada pelas ondas do Tejo das caravelas das ninfas e golfinhos de outros tempos (menos poluídos). Como é linda a costa vista do mar para terra, no trajecto de Cascais a Lisboa. Foi uma emoção passar por debaixo da ponte 25 de Abril. Aliás é sempre uma emoção andar de barco, nem que seja num cacilheiro. O azul do mar, a espuma das ondas fascina-me e encanta-me. Por vezes penso como seria fantástico meter-me num barco e fazer milhas e nós (será esta a linguagem de marinheiro?) sobre as ondas..., quem sabe um dia farei?!!!...uma aventura em alto mar, traçando rotas de sucesso.
Mas ainda não foi desta vez, pois o almoço esperava-nos e foi sem sobressaltos que chegámos ao cais.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Pessoas certas, histórias erradas?...
As histórias da nossa infância falam-nos disso - é o príncipe que desperta a bela adormecida; o outro príncipe que liberta a Rapunzel; e ainda o outro que anda de sapato na mão à procura do pé ideal. Enfim, histórias erradas, perdão! encantadas que preenchem o universo infantil e, não passam disso mesmo!!!
Claro que é facil ser-se a pessoa certa..., pois não tem de se ser perfeita, embora eu esteja muito perto da perfeição (eheheheh). Erra-se, tenta-se emendar, volta-se atrás e pede-se desculpa, fazendo por se ser melhor em permanente crescimento.
E crescer é tornar-se diferente, por vezes desiludir, mas também surpreender, sem criar a ilusão no outro do que não se é, nem se deixar enredar no que querem que sejamos.
Ser a pessoa certa é manter a sua individualidade carregada de 4 variaveis fundamentais: herança genética, contexto sócio-familiar, experiência vivida e o potencial de cada um actualizado ao dia.
A pessoa certa não tem medo de falar dos seus afectos, não teme julgamentos e evita discussões infantis.
Claro que esta atitude construtiva não se compadece com pessoas erradas, pois estas não sobrevivem à assertividade e ao facto de sermos simplesmente nós, a tentar melhorar numa contínua aprendizagem.
A realidade diz-nos que as pessoas certas esperam-se e encontram-se, porque a felicidade não está em procurar a pessoa certa, mas sim em tomarmos consciência de que somos a pessoa certa para alguém...sou feliz!!!!
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
O meu deserto

Vasculhei as minhas memórias e recordei o privilégio que foi há alguns anos atrás ter atravessado um bocadinho de deserto montada num camelo, quando da minha viagem ao Egipto.
Ainda hoje experimento a mesma emoção, de quando me vi rodeada de toda aquela imensidão de areia. Foi fantástico e grandioso, porque o deserto tem uma mística jamais encontrada em qualquer outro lugar...disso eu tenho a certeza!
A calma que nos invade a alma, sem a noção de príncipio ou fim é única. É também por isso que a solidão que ali se vive tem tanto de grandiosa como de saborosa, por nos sabermos um minúsculo ponto no meio de tamanha incomensurabilidade (só uma palavra deste tamanho consegue reproduzir a verdade...eheh). O deserto abriga uma riqueza de vida que normalmente permanece escondida e, sem sabermos como, se revela aos nossos olhos e, nos invade.
Não encontrei nenhum oásis e finalmente descubro que somente no deserto da balbúrdia da cidade e dos pensamentos é tão necessário encontrar um..., porque no deserto de areia eles não fazem falta!
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
Férias, férias e mais férias!!!
Estar de férias é ma-ra-vi-lho-so. E, eu estou! Logo eu sou maravilhosa. Eeheheh...pareceu-me bem este silogismo de viés, até porque ambas as afirmações são verdadeiras.
Acabaram as aulas, os exames e trabalhos, por enquanto. Estes dois últimos (exames e trabalhos) não foram tão longos como o semestre inteiro, mas foram sim mais trabalhosos e exigentes...irra, que nunca mais acabavam, mas o resultado final foi muito bom e valeu o esforço, pois este semestre foi um pleno de 5-0, com as cadeirinhas todas prontas (estou uma verdadeira marceneira). Pela primeira vez na faculdade, vi um 18 e um 19, à frente do meu nome e, gostei muito. Não sou marrona não sinhor, sou sim muit 'intaligente...lol.
Mas em vez de estar sentada ao computador a divagar sobre as férias e os resultados estudantis alcançados, vou mas é curtir as férias!!!...que são sempre curtas.
Até breve :)
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Soulmate
Soulmate é o termo usado para designar alguém por quem se nutre sentimentos profundos e com quem se tem afinidade, amor, intimidade, sexualidade, espiritualidade e compatibilidade (Wikipédia, 2009).
Nunca procurei essa alma-gémea porque não me pareceu até hoje que existisse uma, para cada um de nós..., mas agora que sei que estou errada, percebo que me tenho contentado com migalhas (algumas bem saborosas, é verdade, mas não deixam de ser migalhas) quando posso ter uma tarte de limão merengada inteirinha para mim!!... Não me parece nada bem. Mas de repente e, não mais que de repente!...EUREKA!!! Na realidade só não encontrei a minha alma-gémea, a minha outra metade, o meu cavaleiro andante, ou lá como se chama, apenas porque tenho andado demasiado ocupada para ter reparado nele.
Mas a partir de hoje, tudo está diferente e, de certeza que encontro alguém que tenha toda uma miscelânia de coisas boas comigo (porque isso é cumplicidade), me ache fantástica e maravilhosa (porque eu sou), me faça boas surpresas (porque eu gosto), me ame com respeito (porque eu mereço), me deixe animar a sua alma (porque eu quero).
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Momento

Há coisas fantásticas, coincidências ou sincronismos incontestaveis...e, todos acontecem no momento.
Mas também há palavras malditas, gestos com defeito e situações desagradaveis que estragam o momento.
A eternidade cabe naquele momento em que o acontecimento fica gravado para sempre na nossa memória.
Mas também no momento se perde a oportunidade de vibrar com alguém que nos escolheu para o partilhar, só por não ouvir o telefone tocar.
O medo assalta-nos no momento; a vontade desperta-nos no momento; a alegria é aquele momento!
De momentos são feitas as grandes coisas, mas também as pequeninas, porque o momento é aquela medida de tempo que se traduz pelo instante e num ápice. É sempre curto, único e irrepetivel, mas nos momentos importantes o seu significado prevalece para além da duração.
A vida é a soma de todos os bons momentos vividos, recordados, amados, mas também de todos os momentos inutilizados, despediçados e gastos, por isso é preciso cautela e não reciclar maus momentos em troca de outros maravilhosos.
Hoje tive um momento fabuloso e, foi também num momento que o principezinho descobriu como a sua rosa era tão importante!...
terça-feira, 30 de junho de 2009
Leveza...

Recorri ao dicionário (porque adoro fazer este exercício) e, encontrei todos estes sinónimos para leve : imponderável, brando, delicado, suave, ligeiro, ténue, subtil, harmonioso, frágil, flexível. Temos de concordar que se os juntarmos todos em porções diferenciadas conforme a nossa vontade, atingimos um cocktail de “quase” perfeição. Depois há que ter cuidado, não se vá estragar… a conservação é uma parte importante da tarefa.
Maria Rita, a filha de Elis Regina, disse num concerto a que assisti há uns tempos, que a coisa mais importante que recorda da mãe, foi ela desejar que a vida lhe fosse leve.
Evidente e, se calhar por razões de vida diferentes, é o que todos almejamos - leveza para cada minuto dos nossos dias. Também acho que é assim que tudo deve acontecer, porque é a única forma possível para algo fluir em harmonia e equilíbrio, sem diques e sem regras impostas…
Ser leve é uma forma de estar à vontade com nós próprios e com os outros e ao sentirmo-nos assim, expressamos emoções. Só mostrando o que cada um de nós sente perante determinada situação é que vamos aprendendo a conhecer no outro o que o toca, o impressiona, o fascina, o irrita, o deixa indiferente e o torna interessante aos nossos olhos. Parece-me uma receita simples para um cozinhado soberbo, então porque não experimentá-lo???
sábado, 20 de junho de 2009
Madrugada
É noite,
na solidão do quarto
procuro-te.
Sinto a tua na minha pele,
abraço o teu cheiro,
respiro o teu sabor.
Na ausência do teu corpo
construo-te em abraços,
invento-te com beijos,
pressinto carícias.
No desejo da tua alma
acaricio o sono suavizado
pela madrugada
que desponta
terça-feira, 2 de junho de 2009
Um amor platónico
Ela ainda usava soquetes e conhece-o no autocarro a caminho do colégio. Do ver-te ao amar-te foi obra de um instante. Ele sentadinho no seu lugar nem deu pela presença dela no primeiro dia, nem nos outros todos que se seguiram... Mesmo assim ela não deixou de sentir um "amor profundo" por aquele rapaz com olhar tímido que frequentava o mesmo autocarro. Com o passar dos dias descobriu que moravam na mesma rua e, lá se punha ela à janela, tal e qual a carrochinha na esperança de que o seu João Ratão levantasse os olhos do chão e olhasse para ela..., mas ele não levantava e, passava no passeio indiferente à sua presença.
Muito sofreu do alto dos seus 13 anos, imaginando cenários e, construindo sonhos para aquele dia em que finalmente falassem. Depois pensava que um amor assim à distância, só poderia ser verdadeiro e digno de um romance de Corin Tellado. Porém e, apesar das adversidades a esperança mantinha-se acesa, pois haveria de acontecer o dia em que ele daria conta de todo aquele amor ingénuo e puro que lhe era destinado. Os dias passavam e qual quê, o rapaz mais velho e mais vivido nem reparava na imberbe menina que se sentava amiúdes vezes ao seu lado na viagem matinal de autocarro. Durou quase um ano sem incentivo, ou algo que o justificasse, mas ainda assim durou.
Quantas vezes pensou dirigir-lhe palavra? Muitas, mas a timidez da idade nunca lho permitiu..., até que um dia as suas amigas a convidaram para o bailarico do bairro, na noite de Santo António. Contente pela sua primeira saída nocturna lá foi ela e, supresa! o seu príncipe encantado também lá estava. Como se começaram a falar ela já nem se recorda, mas não se esqueceu que foi nessa noite que o seu amor morreu e, o príncipe virou sapo na obra de outro instante.
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