domingo, 16 de novembro de 2014

Mudança

Quando a dor de não estar vivendo for maior que o medo da mudança, a pessoa muda (Freud).
E as pedras do caminho antes escuras e mortiças, que nos faziam tropeçar, ganham cores e, ajudam servem a enfeitar o caminho. 
Claro que a mudança assusta sempre pelo encontro com o desconhecido, pela saída da zona de conforto. 
Somos essencialmente um animal de hábitos e,  sentimo-nos melhor em manter a rotina conhecida e cinzenta, que ajustar a vida a uma panóplia de coisas novas: escolhas que nos levam a pensar; sentimentos contraditórios; coloridos caminhos e, um sem número de novas sensações, por isso permanecemos tantas vezes..., em vez de seguir!
Ainda assim acredito que todos nós podemos mudar de caminho, de vida, de ideias. Para isso basta apenas acreditar em nós mesmos e, nos outros que escolhemos para acompanhar o nosso caminho, com a convição de que a mudança nos vai fazer crescer como pessoas e, nos vai dar coisas melhores ou piores, mas diferentes de certeza. Para que a vida faça sentido é preciso mudar de vez em quando. Quanto mais não seja, porque "só os burros não mudam"! 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Perceber

Foi preciso escrever para perceber.
Perceber que por vezes ficamos tão presos ao passado que perdemos mil oportunidades de sorrir e viver com garra e determinação. 
Ao longo de um caminho partilhado vamos encontrando obstáculos, que contornamos, ultrapassamos e, eliminamos com o propósito de que vale a pena seguirmos juntos.
Mas um dia percebemos que só um de nós faz o trabalho dos dois e, falamos porque não queremos continuar  assim.
Se seguimos juntos, bom e menos bom, deve ser avaliado e tratado em equipa...
Afastamo-nos com mágoa e alguma revolta pelo tempo e esforço dispendidos, mas no entanto e ainda assim, continuamos a olhar para trás e, a acreditar que o outro vai finalmente perceber.
Na verdade ninguém nos segue e, nós também não seguimos...só realizámos metade da ação!
Remoemos, regurjitamos, desejamos que algo mude e, vamos arranjando soluções passageiras de bem-estar.
Quando finalmente percebemos que o passado não nos dá o presente e, que o passado não passa disso mesmo, então sim podemos continuar sem mágoas e ressentimentos.
Mais uma etapa vivida que nos deu os condimentos para saborearmos mais intensamente todas as outras que hão de vir e, continuarmos a viver com um sorriso e a certeza de que o melhor vai acontecer.



segunda-feira, 1 de julho de 2013

Desilusão

Será mesmo que se escreve melhor quando estamos tristes e angustiados?!... não me parece!...pelo menos isso comigo, não acontece.
Eu gosto de escrever sobre as coisas boas, bonitas, fantásticas e maravilhosas que sinto, vejo e ouço e, quando estou triste, deprimida, angustiada ou perdida, vejo tão pouco; não ouço quase nada e sinto que todo o meu ser é uma enorme mancha negra, opaca e pesada.
É assim que me sinto hoje! Se fugisse de mim e atingisse um qualquer estado de inconsciência talvez conseguisse deixar de sentir este mal estar perante o tamanho da desilusão que me oprime.
Dizem que a dor também é necessária e, uma outra forma de vida. E ainda, que deveríamos aprender a gerir as expetativas, para evitarmos ser magoados, mas sinceramente... como é possivel que as palavras passem da doçura, à acutilância de um monólogo, sem qualquer aviso-prévio?!
Será e, passo a citar: "a infinita noção de que as palavras são apenas palavras e os actos que cometemos é que mudam, transfiguram a nossa vida. Se as palavras são apenas invólucros, contentores de sensações que só se sentem do nosso lado de dentro..."
Então a vida deveria ter um botão de "undo" para poder voltar atrás quando o caos se instala e a nossa vontade deixa de ser suficiente para tudo voltar a estar bem?!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Dias

Há dias assim..., calmos e simples em que tudo está em sintonia.




 


...e outros assim revoltosos, confusos e cheios de obstáculos!

 
há que manter a chama para acalentar o caminho!



Hoje é um dia banal e, não gosto de banalidades, mas outros dias houve que os desejei banais por más recordações que evocam... A alma humana é assim, em permanente mudança e com uma insatifação contínua. Também se assim não fosse não haveria desenvolvimento, equilibração e acomodação. Não haveria eustress nem distress! Mas onde é que eu já vou?!... estudo e escrita não são a mesma coisa, por isso há que retomar o primeiro e a conversa sobre stress terá de para um outro dia ;-).

terça-feira, 18 de junho de 2013

Como é bom namorar!

Namorar é das melhores coisas do mundo!...descobrir, encontrar, encantar, sonhar.
Vivemos no sentir, no escutar, no falar, no olhar, no tocar...
Ficamos mais leves num tempo que flui sem pressas, ao compasso da dança do enamoramento.
Reduzimos o mundo à insignificância da nossa criatividade.
Acreditamos na imensidão do momento e, deixamo-os embalar pela música das emoções.
Crescemos na aventura duma viagem partilhada e de um caminho a desbravar.
Transbordamos em deslumbramento, fantasia e realidade, caldeados num cocktail inebriante.
Tornamo-nos mais sábios no prazer do encontro connosco e, com o outro.
Apuramos os sentidos na descoberta da novidade e do afeito.
Maravilhamo-nos com as coisas simples e pequenas..., porque a alma é enorme.
Passamos a existir para além de nós próprios, sem nos perdermos no mar revolto da vulgaridade.
Construimos bússola e astrolábio para descobrir os pontos cardeais da nossa insanidade.
Sentimos a grandeza do universo em gestos lestos, demorados, inventados e, recreados.
Repetimos a dança..., com passos novos ou costumados, sem o mínimo cansaço.
Iluminamo-nos com o brilho de um sorriso..., simplesmente porque somos únicos.


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Um sonho

Terá sido a lua que nos juntou, ou foi apenas o destino?... Isso também não interessa nada, mas finalmente todos os desejos e vontades se realizaram como que num golpe de magia. Foi tudo tão de repente que fiquei assustada com tanto paraíso!!! Nem encontro no universo inteiro adjectivos para descrever este sentimento doce, calmo, puro e ao mesmo tempo louco, viciante e sem limites, que me deixa imensamente feliz, por teres entrado na minha vida devagar e ao mesmo tempo tão apressado em demolir muros, destruir barreiras, para com convicção, respeito e vontade iniciarmos a construção de um futuro só nosso, partilhado e reinventado cada dia; recriado cada minuto, por sabermos que o melhor está sempre para vir.
Só que não veio, porque a vida é para ser vivida  em pleno, com alegria, leveza e vontade, sem amarras, sujeições, pressões e muita culpa. É muito mais facil passar da realidade ao sonho, que do sonho à realidade.



 

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Derivações de uma insónia

A noite é misteriosa, imovel, sensivel, vagarosa, mas também voluntariosa, indolente e silenciosa. À noite há mais tempo para sonhar, mas também para pensar..., escrever... sei lá! 
O pensamento leva-me até aquelas noites quentes, voluptuosas, encantadas, envolvidas em abraços perduraveis, beijos profundos, desvarios memoriaveis, palavras perfeitas. Depois devolve-me a lembrança de outras agitadas, trocistas, irrequietas onde tudo acontece em sequência, sem marcação  e vontade próprias...como se de uma tira de banda desenhada se tratasse.  Vêem-me ainda à memória aquelas outras noites calmas, ternas e cintilantes, iluminadas apenas pelo brilho das estrelas, onde o estar e o ser se confundem numa fusão de palavras, gestos e sentidos. É noite e, sinto a tua ausência na pequenez da palma da mão, como a tua presença na imensidão da alma. Estamos acordados ou apenas aprisionados num sonho interminavel  com receio de sair para esta fragil realidade? Ou sonhamos apenas a verdadeira realidade para voltar a adormecer num sonho doce e apaziguador de noites brandas?
Afinal falar de noites é quase o mesmo que contar carneiros... porque no final sempre adormeço nos teus sonhos.