quinta-feira, 19 de junho de 2014

Perceber

Foi preciso escrever para perceber.
Perceber que por vezes ficamos tão presos ao passado que perdemos mil oportunidades de sorrir e viver com garra e determinação. 
Ao longo de um caminho partilhado vamos encontrando obstáculos, que contornamos, ultrapassamos e, eliminamos com o propósito de que vale a pena seguirmos juntos.
Mas um dia percebemos que só um de nós faz o trabalho dos dois e, falamos porque não queremos continuar  assim.
Se seguimos juntos, bom e menos bom, deve ser avaliado e tratado em equipa...
Afastamo-nos com mágoa e alguma revolta pelo tempo e esforço dispendidos, mas no entanto e ainda assim, continuamos a olhar para trás e, a acreditar que o outro vai finalmente perceber.
Na verdade ninguém nos segue e, nós também não seguimos...só realizámos metade da ação!
Remoemos, regurjitamos, desejamos que algo mude e, vamos arranjando soluções passageiras de bem-estar.
Quando finalmente percebemos que o passado não nos dá o presente e, que o passado não passa disso mesmo, então sim podemos continuar sem mágoas e ressentimentos.
Mais uma etapa vivida que nos deu os condimentos para saborearmos mais intensamente todas as outras que hão de vir e, continuarmos a viver com um sorriso e a certeza de que o melhor vai acontecer.



segunda-feira, 1 de julho de 2013

Desilusão

Será mesmo que se escreve melhor quando estamos tristes e angustiados?!... não me parece!...pelo menos isso comigo, não acontece.
Eu gosto de escrever sobre as coisas boas, bonitas, fantásticas e maravilhosas que sinto, vejo e ouço e, quando estou triste, deprimida, angustiada ou perdida, vejo tão pouco; não ouço quase nada e sinto que todo o meu ser é uma enorme mancha negra, opaca e pesada.
É assim que me sinto hoje! Se fugisse de mim e atingisse um qualquer estado de inconsciência talvez conseguisse deixar de sentir este mal estar perante o tamanho da desilusão que me oprime.
Dizem que a dor também é necessária e, uma outra forma de vida. E ainda, que deveríamos aprender a gerir as expetativas, para evitarmos ser magoados, mas sinceramente... como é possivel que as palavras passem da doçura, à acutilância de um monólogo, sem qualquer aviso-prévio?!
Será e, passo a citar: "a infinita noção de que as palavras são apenas palavras e os actos que cometemos é que mudam, transfiguram a nossa vida. Se as palavras são apenas invólucros, contentores de sensações que só se sentem do nosso lado de dentro..."
Então a vida deveria ter um botão de "undo" para poder voltar atrás quando o caos se instala e a nossa vontade deixa de ser suficiente para tudo voltar a estar bem?!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Dias

Há dias assim..., calmos e simples em que tudo está em sintonia.




 


...e outros assim revoltosos, confusos e cheios de obstáculos!

 
há que manter a chama para acalentar o caminho!



Hoje é um dia banal e, não gosto de banalidades, mas outros dias houve que os desejei banais por más recordações que evocam... A alma humana é assim, em permanente mudança e com uma insatifação contínua. Também se assim não fosse não haveria desenvolvimento, equilibração e acomodação. Não haveria eustress nem distress! Mas onde é que eu já vou?!... estudo e escrita não são a mesma coisa, por isso há que retomar o primeiro e a conversa sobre stress terá de para um outro dia ;-).

terça-feira, 18 de junho de 2013

Como é bom namorar!

Namorar é das melhores coisas do mundo!...descobrir, encontrar, encantar, sonhar.
Vivemos no sentir, no escutar, no falar, no olhar, no tocar...
Ficamos mais leves num tempo que flui sem pressas, ao compasso da dança do enamoramento.
Reduzimos o mundo à insignificância da nossa criatividade.
Acreditamos na imensidão do momento e, deixamo-os embalar pela música das emoções.
Crescemos na aventura duma viagem partilhada e de um caminho a desbravar.
Transbordamos em deslumbramento, fantasia e realidade, caldeados num cocktail inebriante.
Tornamo-nos mais sábios no prazer do encontro connosco e, com o outro.
Apuramos os sentidos na descoberta da novidade e do afeito.
Maravilhamo-nos com as coisas simples e pequenas..., porque a alma é enorme.
Passamos a existir para além de nós próprios, sem nos perdermos no mar revolto da vulgaridade.
Construimos bússola e astrolábio para descobrir os pontos cardeais da nossa insanidade.
Sentimos a grandeza do universo em gestos lestos, demorados, inventados e, recreados.
Repetimos a dança..., com passos novos ou costumados, sem o mínimo cansaço.
Iluminamo-nos com o brilho de um sorriso..., simplesmente porque somos únicos.


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Um sonho

Terá sido a lua que nos juntou, ou foi apenas o destino?... Isso também não interessa nada, mas finalmente todos os desejos e vontades se realizaram como que num golpe de magia. Foi tudo tão de repente que fiquei assustada com tanto paraíso!!! Nem encontro no universo inteiro adjectivos para descrever este sentimento doce, calmo, puro e ao mesmo tempo louco, viciante e sem limites, que me deixa imensamente feliz, por teres entrado na minha vida devagar e ao mesmo tempo tão apressado em demolir muros, destruir barreiras, para com convicção, respeito e vontade iniciarmos a construção de um futuro só nosso, partilhado e reinventado cada dia; recriado cada minuto, por sabermos que o melhor está sempre para vir.
Só que não veio, porque a vida é para ser vivida  em pleno, com alegria, leveza e vontade, sem amarras, sujeições, pressões e muita culpa. É muito mais facil passar da realidade ao sonho, que do sonho à realidade.



 

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Derivações de uma insónia

A noite é misteriosa, imovel, sensivel, vagarosa, mas também voluntariosa, indolente e silenciosa. À noite há mais tempo para sonhar, mas também para pensar..., escrever... sei lá! 
O pensamento leva-me até aquelas noites quentes, voluptuosas, encantadas, envolvidas em abraços perduraveis, beijos profundos, desvarios memoriaveis, palavras perfeitas. Depois devolve-me a lembrança de outras agitadas, trocistas, irrequietas onde tudo acontece em sequência, sem marcação  e vontade próprias...como se de uma tira de banda desenhada se tratasse.  Vêem-me ainda à memória aquelas outras noites calmas, ternas e cintilantes, iluminadas apenas pelo brilho das estrelas, onde o estar e o ser se confundem numa fusão de palavras, gestos e sentidos. É noite e, sinto a tua ausência na pequenez da palma da mão, como a tua presença na imensidão da alma. Estamos acordados ou apenas aprisionados num sonho interminavel  com receio de sair para esta fragil realidade? Ou sonhamos apenas a verdadeira realidade para voltar a adormecer num sonho doce e apaziguador de noites brandas?
Afinal falar de noites é quase o mesmo que contar carneiros... porque no final sempre adormeço nos teus sonhos.

domingo, 10 de julho de 2011

Porque hoje é o dia do teu aniversário...

A memória é "tramada". Ausenta-se quando nos faz falta e, permanece quando queremos esquecer, embora reconheça que as recordações são boas porque nos permitem viver uma e outra vez o que de outra forma não seria possivel.
Lembras-te quando te disse que não gostava de sentir saudades? Agora são minhas aliadas pois é por elas que estamos juntos. Hoje no dia do teu aniversário ainda existem tantas coisas fantásticas e que nos são queridas para festejar, como todos os acto de criação feitos com amor, envolvimento, paixão, loucura, tormenta e muita vontade. Voavamos num trapézio sem rede, porque em ti tudo era excessivo, mas percebo agora que não poderia ser outra forma. Depois a dicotomia sempre presente... com tempestades, seguidas de calmarias; alguma paz antes das guerras e, depois da guerra, ...muita. Amavas e odiavas com o mesmo à vontade que saboreavas "vitelinhos", conduzias a mais de 200km/hora, acreditavas que vida tinha de ser vivida no fio da navalha. Já passou muito tempo, ambos mudámos, mas continua a haver confettis como da primeira vez, o fascínio da música mantêm-se, o Brasil continua a ser o teu paraíso sonhado e as palavras continuam a dizer o que não queremos esquecer. Bem hajas por permaneceres igual e tão diferente... parabéns!

sábado, 4 de junho de 2011

É simples falar de felicidade

Ah, ...como é facil falar de felicidade! É um bem-estar interior que se reflecte no que somos e no que fazemos. Não é uma procura, nem uma luta desenfreada. É um estado de alma que nos deixa ora calmos e mornos, ora exuberantes e estriónicos e, essa dicotomia é maravilhosa. Por vezes dificil de alcançar, outras vezes, mesmo ali à mão. Há objectos, pessoas, palavras, actos, acontecimentos, memórias, sons, odores, sabores, toques que nos deixam felizes e queremos prolongar essa felicidade indefenidamente! Mas por isso é que é se chama felicidade...pode durar..., mas em permanente mutação e o que foi tão maravilhoso ontem à tarde, ainda que em tudo igual ao momento presente, não será experienciado da mesma maneira, por isso a felicidade se veste de tantas roupagens e se serve de tantos enfeites, qual camaleão adaptando-se. Parte do seu encanto reside nisso mesmo, pois "não são os mais fortes que sobrevivem, mas sim os que melhor se adaptam"...e, esta maravilhosa frase de Charles Darwin também se aplica ao caminho da felicidade: descobrindo-a onde ela está, porque pode estar em quase tudo e não a querer onde nunca vai estar. E não obstante, não devemos er conformados porque e o sonho é visceral e obrigatório.
Tantos livros escritos sobre felicidade e tantas formas milagrosas de a encontrar tornaram-na exigente e determinada, como se fosse o fim último de qualquer coisa. Não me parece que seja dificil de encontrar, apenas alguma atenção e muita predisposição, pois como para todas as coisas especiais da vida é preciso não ter pressa, nem ansiedade, senão lá se estraga o momento de felicidade...

terça-feira, 10 de maio de 2011

Palavras soltas

Hoje poderia estar virada para a poesia se me apetecesse dizer coisas. Apetece-me escrever, mas dizer ainda não...sentir, talvez! Procuro páginas, revolvo escritos, reinvento histórias, descubro mensagens, choro, sorrio destas lembranças... algumas grandes, outras pequenas. Arrisco umas linhas... colhidas do meu jardim interior.
Outra vez mais, uma vontade de saborear momentos de felicidade, desejos de viver, amar, acreditar, sonhar. Isto sim, é vida a fluir sem barreiras, nem entraves...seguindo um curso simples: por vezes rápido, outras mais lento, algumas margens para orientação mesmo sem saber o que se pode esperar, almejando pelo tanto que ainda se não tem, mas se pressente quando o crer se torna em querer. E o carrocel continua o seu movimento de sobe e desce onde o equilibrio é fundamental para não cair. Mais uma voltinha, mais uma viagem e, por mais voltas que se dê sem sair do mesmo sítio permanece-se mutavel porque a vida é contínua, ambígua e até nos oferece boas surpresas, só é preciso estar atento...depois Abril é um mês lindo...embora já estejamos em Maio.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Liberdade

Não me apetece falar de revolução, cravos vermelhos ou capitães, mas Abril é um mesmo bonito e o dia 25 especial e diferente, por isso de um dos meus musos, sim porque nem só as musas inspiram o génio; também há musos a inspirarem a  minha ausência de genialidade (ahahah...desconbri! são eles os culpados de tudo o que me falta ;-), em criatividade, claro. Bem, bem, sem mais delongas aqui fica um irónico hino à liberdade..., liberdade que cada um  de nós pode usar da forma que melhor souber e quiser, e com a qual nem sempre é  facil de lidar. Também se fosse, tudo "isto" não teria a mínima graça.

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa
(16/03/1935)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Neblina matinal

Jardim do Museu de Arte Antiga sábado de manhã. A neblina envolve a cidade dando-lhe um tom esbatido. A outras margem é quase uma miragem. Os chorões debruçam-se sobre a minha escrita como que entrelaçando-se nas palavras. Um friso bem alinhado de chaminés bem quietas prefila-se na paisagem. Uma estátua de costas para o rio, metade homem, metade peixe, perdeu a cabeça entre os braços que a seguram. Mais ao fundo um hotel flutuante toca o rendilhado do tabuleiro da ponte. Barcos à vela passeiam-se lentamente no Tejo e os guindastes fazem-nos perceber que afinal o progresso existe. Pássaros sentem-se no seu esvoaçar e o sol tímido a tentar romper as nuvens, fazem deste conjunto, ou não estivesse o museu logo ali, um quadro que se sente por inteiro. Ah, esqueci-me de que estou aqui para estudar! Opsss...mais um crédito para a obrigação; adiam-se os devaneios.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Inconsciente colectivo

Final de tarde de um quente dia de Primavera e lá vou eu Rua Garret abaixo para uma sessão de trabalho...Jung a quanto obrigas!..., mas a apresentação é já amanhã e, na verdade há muitos esboços, alguns escritos, conversa qb..., mas slides e assim...nada feito!!! Toco à campainha e a campainha é dourada... um luxo;-). Entro para a sala e deslumbro-me com a vista da janela: os recortes dos telhados, as torres da Sé e o Tejo ali tão perto. Fabuloso screensaver para um trabalho de psicologia da personalidade. E, as horas vão passando com self, grande mãe, sábio, anima, animus, máscara, herói e outros arquétipos que povoam o nosso inconsciente colectivo e,  nos dão a resposta para as sensações de "déjà vu", explicam o amor à primeira vista e resolvem os dogmas numa dicotomia de explicações tão simples e complexas. Cala-se a rua e escutam-se os barulhos do ar condicionado, logo amenizados pela musiquinha da Marginal a fluir e a influir nas dissertações à volta do inexplicavel Carl Jung...muita droga naquela cabeça!!!
Terminámos de madrugada cansados, com sono, saltando de acordo em desacordo, mas com o prazer do objectivo conseguido. Não fora faltarem os bonecos (apenas consegui um retrato...bonito, é verdade) e o pragmatismo que nos uniu na escolha do psicólogo levou-nos a flutuar numa apresentação prática-cómica cheia de dinamismos e crepúsculos de vida. Faltou desenvolvimento(?!), mas foi um in...consciente que se realizou. Obrigada CR e vê se não é linda esta Mandala.


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Reticências

...adoro reticências!
Foi assim que começou uma divertida conserva num domingo de manhã na fantástica esplanada do Museu de Arte Antiga.
Efectivamente as reticências são uma ajuda maravilhosa em qualquer texto, perdão, reticências fazem toillete com tudo o que se diz, pensa ou escreve!
Permitem que a nossa imaginação tome conta do que vem a seguir:

...uma maravilhosa imagem de requintado efeito ictórico;
...um qualquer quadro grotesco;
...um gesto  suspenso; 
...um silêncio constrangedor;
...um pensamento inacabado; 
...um desejo inibido;
....uma caneta sem tinta, 
ou apenas a voz que emudeceu...

domingo, 9 de janeiro de 2011

New York, New York

Que banalidade, ter adorado NYC!!!..., mas que fazer, se eu sou apenas um simples mortal que conseguiu encontrar tudo aquilo de que todos falam e ainda algo só meu: intímo e intransmissivel.
Que existe magia naquela cidade, penso que todos já ouviram falar, mas ouvir a cantiga do Sinatra enquanto se caminha nas ruas, achar que se está a viver dentro de um filme e, acreditar mesmo que seria maravilhoso não ter necessidade de dormir para aproveitar todas as horas e minutos do dia, foi o que eu senti, vivi, escutei, admirei e sonhei. Foi maravilhoso TUDO!!!
Sobrevoar a cidade antes de aterrar e depois, encontrá-la ao dobrar de uma curva; ficar "assustada" com tanta agitação; cegar com tanto néon em Times Square; descobrir Chelsea numa manhã de Outono cheia de sol; fazer compras na Fifth Avenue e, noutras mais; atravessar a Ponte de Brooklyn e encontrar uma placa "Welcome to Brooklyn -Oh nice it is!"; subir ao Empire State e tirar fotos até o sol se pôr; assistir a um musical na Broadway; ir no domingo à missa do Harlem ouvir Godspel; fazer a travessia de barco até Staten Island e passar pela Estátua da Liberdade; percorrer o Central Park; visitar o MoMA e o Met (porque não deu tempo para mais museus); viajar de metro e não conseguir contar as carruagens de cada comboio; ouvir jazz num bar do Soho; saborear algumas especialidades locais; estar na Central Station a reviver todas as partidas e chegadas de muitas vidas; encontrar portugueses nas ruas que nos cumprimentam com um vigoroso "bom dia"; comprar uma bóina de ardina dos anos 20 numa fantástica loja de chapéus; assistir a espetáculos de rua; fotografar esquilos no Madison Square Garden; encontrar feiras de produtos biológicos em Union Square; descobrir que andar na rua é uma aventura fabulosa; namorar e descobrir-me apaixonada por esta cidade foi apenas um pormenor ;)

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Beijos e luas

Hoje beijei-te na lua.
Percebes agora porque é que o seu brilho está mais intenso?!
É verdade que a lua exerce sobre mim um fascínio e mistério aconchegantes.
Já que é preciso e necessário acreditar em qualquer coisa, acredito na lua cheia, com grande convicção e muito pragmatismo.
Recordo beijos amados, sentidos, vividos, que aconteceram com a lua por testemunha e percebo como são mais autênticos, fantásticos e brilhantes.
Um cocktail infalivel para derreter qualquer coração, mesmo o dos que se não dizem românticos, requer lua e mar. Ou será apenas o meu que se derrete de recordações perfeitas?!
E como tudo o que acontece tem uma razão, talvez não tenha sido por acaso que pintei este quadro. O engraçado é que só agora relacionei tudo isto...! Fantástica e tortuosa mente humana.
Estou na lua!!!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sapatos mágicos

"All over the rainbow"...um homem de lata que quer um coração de verdade para poder sentir; um espantalho que deseja um cérebro para ter ideias; um leão que adoraria ser corajoso em vez de medroso e, uma menina que com seu fiel cão, apenas pretende regressar a casa!
Para a concretização dos seus problemas procuram um feiticeiro..., mas será ele o detentor de tanta magia que consegue dar vida ao sonho de cada um deles?
Quantas vezes também nós procuramos em alguém a solução para o que mais queremos, quando na realidade esquecemos que temos esse mágico, omnipotente e imenso poder de tornar real cada vontade, pensamento e sonho. Basta apenas acreditar e, claro...usar uns sapatos mágicos!!!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Equívoco

O equívoco é pior que um buraco na estrada: vamo-nos deixando envolver pela caminho, prestamos atenção aos pormenores, soltamos o nosso espírito e deslumbramo-nos com a paisagem, porque a estrada é segura. Abruptamente e, sem que o possamos prever o buraco lá está... a dificultar a viagem e, quase sem darmos conta, caímos com estrondo e num estremecimento que nos revolta as entranhas, o espírito e o corpo. Assim é o equívoco: uma falácia que nos tolda os sentidos, a vontade e a esperança.
Dizia a Madre Teresa que é a coisa mais facil de nos acontecer, mas será mesmo?... Tenho sérias dúvidas a esse respeito. Pois, se assim fosse não provocava tanto turbilhão e desalinho na mente e não nos fazia pensar e repensar como nos pudemos enganar uma e outra vez e, às vezes ainda outra. O equívoco tira-nos a perspectiva e faz com que deixemos de acreditar nos outros pelo mal-estar que nos causam. E, como deixar de nos equivocarmos?...não estando, não participando?...construindo um casulo de onde não saimos?...então não vivemos. Por isso é tão dificil viver sem nos equivocarmos..., mas e quando deixamos de acreditar em nós devido a tanto equívoco? Que dialéctica tão complicada!, ou estarei equivocada?!

domingo, 20 de setembro de 2009

Regata no Tejo

A manhã avizinhava-se sombria face ao dia de anterior, mas para meu espanto o sol brilhou desde cedo! Sim, que para navegar é preciso madrugar...
Partimos de Lisboa num autocarro, rumo a Cascais. Pequeno almoço na marina, constituição das equipas, mais umas instruções de segurança que ser marinheiro não é uma coisa para qualquer um!...ah, pois não é! (ehehehe). E eis-nos leves e soltos a bordo de um fantástico veleiro.
A competição era séria ;) e cada um torcia o mais que podia para que o vento lhe fosse favoravel, pois nenhum vento sopra a favor de um barco que não tem porto de abrigo. Cedo percebemos que não íamos chegar em primeiro, devido às características do nosso barco, conforme nos foi explicado pelo timoneiro, comandante e homem do leme. Iça vela, corre corda, ata nó...lindo!!!
Depois da pequenina azáfama da partida, deixei encostar e fui curtindo a paisagem, o sol e o mar embalada pelas ondas do Tejo das caravelas das ninfas e golfinhos de outros tempos (menos poluídos). Como é linda a costa vista do mar para terra, no trajecto de Cascais a Lisboa. Foi uma emoção passar por debaixo da ponte 25 de Abril. Aliás é sempre uma emoção andar de barco, nem que seja num cacilheiro. O azul do mar, a espuma das ondas fascina-me e encanta-me. Por vezes penso como seria fantástico meter-me num barco e fazer milhas e nós (será esta a linguagem de marinheiro?) sobre as ondas..., quem sabe um dia farei?!!!...uma aventura em alto mar, traçando rotas de sucesso.

Mas ainda não foi desta vez, pois o almoço esperava-nos e foi sem sobressaltos que chegámos ao cais.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Pessoas certas, histórias erradas?...

Todos nós seres humanos esperamos encontrar a pessoa certa para nos salvar, não do mundo quando este se revela hostil, mas apenas de nós mesmos.
As histórias da nossa infância falam-nos disso - é o príncipe que desperta a bela adormecida; o outro príncipe que liberta a Rapunzel; e ainda o outro que anda de sapato na mão à procura do pé ideal. Enfim, histórias erradas, perdão! encantadas que preenchem o universo infantil e, não passam disso mesmo!!!
Claro que é facil ser-se a pessoa certa..., pois não tem de se ser perfeita, embora eu esteja muito perto da perfeição (eheheheh). Erra-se, tenta-se emendar, volta-se atrás e pede-se desculpa, fazendo por se ser melhor em permanente crescimento.
E crescer é tornar-se diferente, por vezes desiludir, mas também surpreender, sem criar a ilusão no outro do que não se é, nem se deixar enredar no que querem que sejamos.
Ser a pessoa certa é manter a sua individualidade carregada de 4 variaveis fundamentais: herança genética, contexto sócio-familiar, experiência vivida e o potencial de cada um actualizado ao dia.
A pessoa certa não tem medo de falar dos seus afectos, não teme julgamentos e evita discussões infantis.
Claro que esta atitude construtiva não se compadece com pessoas erradas, pois estas não sobrevivem à assertividade e ao facto de sermos simplesmente nós, a tentar melhorar numa contínua aprendizagem.
A realidade diz-nos que as pessoas certas esperam-se e encontram-se, porque a felicidade não está em procurar a pessoa certa, mas sim em tomarmos consciência de que somos a pessoa certa para alguém...sou feliz!!!!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O meu deserto

Todos temos um deserto dentro de nós. Uns conseguem encontrar o seu oásis; outros não.Esta ideia ocorreu-me na sequência da leitura do livro de MST.

Vasculhei as minhas memórias e recordei o privilégio que foi há alguns anos atrás ter atravessado um bocadinho de deserto montada num camelo, quando da minha viagem ao Egipto.

Ainda hoje experimento a mesma emoção, de quando me vi rodeada de toda aquela imensidão de areia. Foi fantástico e grandioso, porque o deserto tem uma mística jamais encontrada em qualquer outro lugar...disso eu tenho a certeza!

A calma que nos invade a alma, sem a noção de príncipio ou fim é única. É também por isso que a solidão que ali se vive tem tanto de grandiosa como de saborosa, por nos sabermos um minúsculo ponto no meio de tamanha incomensurabilidade (só uma palavra deste tamanho consegue reproduzir a verdade...eheh). O deserto abriga uma riqueza de vida que normalmente permanece escondida e, sem sabermos como, se revela aos nossos olhos e, nos invade.

Não encontrei nenhum oásis e finalmente descubro que somente no deserto da balbúrdia da cidade e dos pensamentos é tão necessário encontrar um..., porque no deserto de areia eles não fazem falta!